3,2,1, desligando.
tenhamo-nos agora numa próxima, amada-boa.
desenjuiza-te, e fica com Deus.
(aliás me veio Ele ontem na hora mansa da noite; queria tomar-me uma costela, cheio de graças, pensando que eu estava num sono profundo; há, acordei antes, nisso Ele encostou sua mensagem improvisada de mansinho no meu ouvido – disse Deus:
– haja paz em ti, amigo;
e houve paz em mim. e viu Deus que minha paz era boa, mas não tão quanto minha costela; e Deus ficou se achando burro, foi se encolerizando a partir deste pensamento, se pertubou tanto que do seu ventre radiante salpicavam faíscas e das faíscas estrépitos; e Deus ficou com medo de si próprio, da sua "justa" ira, da minha mãe acordar no outro quarto; saltou-se da cama, deslizou seu espírito pelo corredor do meu apartamento, abriu a porta de madeira da sala, deixando-a escancarada, e pela janela do corredor das escadas caiu, voou, somou-se ao vento, para contentamento deste.
...deixando a porta escancarada, desleixado Ele, de manhã deixou também minha mãe emputecida, quando ela abriu os olhos e ouviu um rangido estranho:
– porra, Bernardo, tu me chegas nesta porra na calada da noite a ainda nem te dá ao trabalho de trancares esta porra devidamente!
claro que não foram tantos porras. e claro que não fui eu quem deixei a porta destrancada.
não precisam acreditar em mim, não acredito neles.)
dê bejos para Dadá, cinco deles. teu bilhete único tá com o Cesinha.
Cacete! Meu, isso isso está muuuuuito bom. Gostoso de ler. E a forma é muito bem bolada, dá muito que pensar.
Tô começando a gostar de vir aqui.