Tiragosto

Eis que, num dia de tédio, resolvi jogar Eno no aquário.

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Comentário

Eu queria poder comentar essa porra desses textos. Queria poder dizer que o texto que fala do sonho com deus, e do bilhete único, é muito bom, e mais ainda que esta última indicação de blog é boa também, mas não consigo. Então faço comentário aqui mesmo. E digo que o faço emputecidamente. É isso.

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sentença

"me chupa e agradeça"

(http://apoesiacrioumeumundo.blogspot.com/)

reaça, me abraça.

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Dorinha

 

Dorinha tinha lá uns putos no bolso. Exausta…

Viu uma padaria e entrou pois carecia de comer, por instinto ou para fins de curar ressaca. Da porta sentia o cheiro matinal do pãozinho quente e entrou na fila. Seu corpo ainda recendia ao cheiro do pecado do ontem-à-noite.

O baile-funk ainda martelava seus ouvidos, e aí ela se deu conta de que o pãozinho agora era vendido a quilo. Agora não duvidava de que o velho da padaria fizesse ela mastigar pedra pra poder ganhar mais dinheiro. E suas moedas, dos trocos, tão poucas…

– Me vê três cigarros soltos e uma caixinha de fósforo.

E Fiat Lux. Assim foi, desjejuando cigarros pelo caminho todo até em casa, onde, sem banho e sem pão, dormiu até as seis da tarde com martelos na cabeça.

 

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aparição

apareceu sem avisar botando sonzeira na radiola, marcando o ritmo com os dedos nas paredes nos patamares nos batentes na porta, fervendo água no fogão pro miojo de galinha, mandando o tal do pozinho pra dentro, paralelos de pozinho (onde arranjou essa merda?), tudo isso quase ao mesmo tempo – desfazendo minha ilha de sono.

levantei-me contrariado.

– te atrapalho?
– que nada… cochilava macio apenas.
– mesmo?
– ô!…
– mesmo sincero? se quiser eu…
– você fica sossegada, fica sossegada.

por que só de madrugada, sempre tal surpresa? juntei uma papelada avulsa na gaveta da escrivaninha, escondi no calção a chave, virei-me e repassando por ela, a moça já acomodada com os olhões desse tamanho:

– posso passar aqui contigo? caio no sofá… só hoje. não mexo em nada.
– por que a essa hora?
– deu vontade; além disso, expulsei-me daquele tédio.
– fique, então. tem de-beber na geladeira e um cobertor nos fundos… qualquer coisa só chamar.

logo voltei pro meu recato e me dediquei total a ele.

quando acordei com a passarinhada gritando na árvore pelo solzão novo ela já havia se safado: deixado um castelo de panelas, subtraído aquele cd… sua letra sem capricho no bloco de notas:

"escrevo na parede as minhas rimas
de painéis a carvão adorno a rua;
como as aves do céu e as flores puras
abro meu peito ao sol e durmo à lua."

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Recabedar – Op. 55, No.1 em Flat Major

3,2,1, desligando.

tenhamo-nos agora numa próxima, amada-boa.

desenjuiza-te, e fica com Deus. 

 

(aliás me veio Ele ontem na hora mansa da noite; queria tomar-me uma costela, cheio de graças, pensando que eu estava num sono profundo; há, acordei antes, nisso Ele encostou sua mensagem improvisada de mansinho no meu ouvido – disse Deus:

– haja paz em ti, amigo;

e houve paz em mim. e viu Deus que minha paz era boa, mas não tão quanto minha costela; e Deus ficou se achando burro, foi se encolerizando a partir deste pensamento, se pertubou tanto que do seu ventre radiante salpicavam faíscas e das faíscas estrépitos; e Deus ficou com medo de si próprio, da sua "justa" ira, da minha mãe acordar no outro quarto; saltou-se da cama, deslizou seu espírito pelo corredor do meu apartamento, abriu a porta de madeira da sala, deixando-a escancarada, e pela janela do corredor das escadas caiu, voou, somou-se ao vento, para contentamento deste.

...deixando a porta escancarada, desleixado Ele, de manhã deixou também minha mãe emputecida, quando ela abriu os olhos e ouviu um rangido estranho:

– porra, Bernardo, tu me chegas nesta porra na calada da noite a ainda nem te dá ao trabalho de trancares esta porra devidamente!

claro que não foram tantos porras. e claro que não fui eu quem deixei a porta destrancada.

não precisam acreditar em mim, não acredito neles.) 

 

dê bejos para Dadá, cinco deles. teu bilhete único tá com o Cesinha.

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sobre aquelas minhas anotações

e naquela encantada livraria

onde os raros amigos me sorriam

onde a meus olhos eras torre e trigo

(h. h.)

*

passas noturna. volátil

tomada de preto. o frio

acompanha-te fácil

amigo do teu caminho.

*

sentar do teu lado aqui não

porque senão

o patrão me come

mas aceitar um cafezinho daqui a pouco na copa se me convidares…

faze-

dor de des-

gosto.

que eu te esqueça.

perdi

quando foi?

abril maio talvez.

vazou longe de mim. fazia sol, era São Paulo?

*

a mão fechada apoiando o queixo, o cotovelo sobre o aço da velha máquina de escrever, o cenho grave…. uma mulequinha expande-se. entendo que não são apenas papéis rabiscados coloridos tinta vermelha.

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não-viagem

devagar iremos todos calmamente

nem veremos o cair das nossas faces

não teremos no olhar brilhos fugaces

não seremos mais que seres e lembranças

 

ruírão por terra nossas esperanças

ideais, conquistas, lutas − ficarão

e as cargas destas marchas restarão

mal marcadas pelo peito e pela mente

 

para que terei passado descontente?

por risos quais troquei meus brancos dentes?

em que alegrias tristes me alegrei?

que mãos imundas, sujas, apertei?

que guerras provoquei em terra e mar…

que sono errado fiz em não sonhar…

que pensamentos altos não voei…

 

na penumbra solitária, em alto lar,

luzes negras brilharão no pensamento

e a conclusão final, o sentimento,

não será talvez final nem conclusão:

 

que se foi tão agradável dizer não,

que se indignação foi bom sentir

e se sempre nós dissemos não e não,

melhor foi ter vivido só, no não,

a forjar-se humanamente moribundo

na imunda humanidade, neste mundo

onde é o sim lei, sem não

 

senão

 

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bem-vindo

ô garoto, olha, tá feito.

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